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rodrigo.rudi
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Data de inscrição : 17/06/2008
Localização : Rio de Janeiro

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MensagemAssunto: Não se perca ...   Não se perca ... Icon_minipostedTer Jun 17, 2008 11:03 pm

Fico a pensar nas relações humanas no contexto sub humano. Promessas de amor eterno, juras românticas que não passaram de pequenas sementes. As pessoas querem ser felizes mas não fazem os outros felizes. Em meio a uma sociedade onde tudo é rápido, acessível e precursor de respostas imediatas, o coração não é treinado para a possibilidade do cuidado diário - é uma dialética que se cumpre em pedaços, aos poucos, dia a dia - só assim o amor é pautado na realidade, distante de qualquer ilusão que o atrapalhe e lhe tire qualquer forma tendenciosa de querer que a relação seja produto do mínimo esforço.
Quando se fala de produto, existe a possibilidade de criar mecanismos que os rotulem em série, mas a vida humana não! O outro é matéria prima para a realização, concretização dos sonhos mais bonitos. O ser humano, a pessoa, o indivíduo não fora feito para ser produzido em série e nem julgado assim.
Há pessoas que criaram o mito do amor idealizado, perderam os pés do chão e entraram sem preparação alguma para o mar aparentemente calmo, mas possuidor de uma grande tempestade. Relacionamento não é aventura, nem terminal de ônibus... quando se dá a junção de duas pessoas existe aí o paralelo da inteireza humana. O outro não chega a mim e nem eu chego a ele em pedaços, eu vou inteiro, mesmo que os pedaços estejam sangrando. Amor é isso: compreender o outro como janela aberta, ora reluz sol, ora respinga nos dias chuva. E se houver ferida, que haja a cura.
Na aula de pós graduação a professora mencionara um dos trechos mais lindos que eu já pude ouvir em toda minha vida - passagem que se dá no livro "Grande Sertão Veredas" de Guimarães Rosa, no momento em que o grande amor de Teobaldo está morto diante dele... Teobaldo não tem forças para chamá-lo de Diadorim, pois a dor é tanta: "E eu nao sabia por que nome chamar; eu exclamei me doendo:
-meu amor!..."
Nisso, Teobaldo vira de costas para o seu amado já falecido e diante de uma janela aberta conclui: "Estou de costas para o mundo."
Amar o outro a tal ponto de enxergá-lo como o próprio mundo, com valor incalculável.
Talvez esta seja a atitude que falta, para tirar do amor a ilusão que ofuscou o seu verdadeiro valor. Não se perca no caminho, não se perca do valor que o amor traz.

"Não me leve de mim.
Leve-me até mim."

Prof. Rodrigo .
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